Breve história do Uganda
O Uganda, situado no rico planalto entre os dois ramos do Vale do Rift foi habitado por bantus e nilotas desde tempos imemoriais e quando os árabes e europeus chegaram a este território (século XIX), encontraram vários reinos, aparentemente fundados no século XVI, o maior e mais importante dos quais era o ainda existente Buganda.
Esta área foi posteriormente concedida à Companhia Britânica da África Oriental e em 1894 o reino do Buganda tornou-se um protetorado do Reino Unido.
Depois de várias manobras por parte dos britânicos, realizaram-se eleições a 1 de Março de 1961 e Benedicto Kiwanuka tornou-se “Ministro-Chefe” do Uganda tornando-se independente a 9 de Outubro de 1962. Nos anos seguintes verificou-se uma luta política entre os apoiantes dum estado centralizado, em vez da federação vigente baseada nos reinos. Como resultado, em Fevereiro de 1966 o então Primeiro-ministro Milton Obote suspendeu a constituição, assumindo todos os poderes e depondo o Presidente e o Vice-Presidente.
Em Setembro de 1967 uma nova constituição proclamou o Uganda como uma república, dando ao presidente poderes adicionais e abolindo os reinos tradicionais.
Em 1971, Idi Amin tomou o poder num golpe de estado e dirigiu o país como um ditador durante quase uma década, expulsou os residentes de origem indiana e promoveu o assassinato de um número estimado em cerca de 300 000 cidadãos.
O seu regime terminou com a invasão de um exército de rebeldes, apoiados pela Tanzânia em 1979.
Em 27 de Julho de 1985, uma brigada do exército composta por “Acholi” (uma das etnias do Uganda) e comandada pelo Tenente-General Bazilio Olara Okello, tomou Kampala e proclamou novamente um governo militar.
O novo regime, dirigido pelo anterior comandante das forças de defesa, o General Tito Okello (que não era parente de Olara-Okello), iniciou negociações com Museveni, prometendo melhorar o respeito pelos direitos humanos, acabar com os conflitos entre tribos e organizar eleições livres e justas.
No entanto, os massacres continuaram uma vez que Okello tentava destruir o NRA e seus apoiantes.
Apesar de negociações em Nairobi, sob a mediação do Presidente queniano Daniel Arap Moi, terem chegado a um acordo de cessar-fogo, o NRA continuou a lutar e, em Janeiro de 1986, capturou Kampala, forçando as forças de Okello a fugirem para o Sudão e colocando Museveni como presidente. Este acabou com os abusos aos direitos humanos, iniciou uma política de liberalização e de liberdade de imprensa e estabeleceu acordos com o Fundo Monetário Internacional, o Banco Mundial e com vários países.