Desde que surgiu o Covid19 o sector do turismo tem sido o mais fustigado com as restrições impostas pelos governos aconselhados por peritos da saúde.
São imenso os estudos, grande parte deles contrariam conclusões de estudos anteriores. Por exemplo os restaurantes são considerados locais de alto risco de transmissão (vai-se lá saber porquê).
Há vários peritos que defendem que o risco é elevado pela proximidade, outros pelo facto do vírus se transmitir pelo ar, outros pela concentração de pessoas durante um período de tempo prolongado, enfim existem imensas teorias e estudos que, inclusive se contradizem e para o cidadão comum fica aquela impressão que grande parte dos ditos peritos são peritos sim em irem atrás da decisão de outros. Lembram-se em meados de Janeiro quando a Dinamarca suspendeu a administração da vacina da Astra Zeneca por se registarem efeitos adversos tendo vários países seguido a mesma decisão para 24 horas depois virem a publico afirmar que afinal a Vacina do laboratório em questão era segura.
Nos restaurantes existem um conjunto de regras específicas que desde que seguidas à risca e sem complicar muito fazem com que estes locais sejam minimamente seguros.
Recentemente, para os concelhos de risco elevado e muito elevado entrou em vigor a necessidade do Certificado de vacinação ou teste negativo para entrada nos restaurantes de Sexta ao jantar até Domingo. A intenção até pode ser boa mas tendo em conta que apenas 30% da população tem a vacinação completa onde muito provavelmente 10% ainda não dispõe da vacinação completa há mais de 14 dias, a menos que os restaurantes optem por promoções específicas aos Lares de 3ª idade, o melhor será fechar mesmo.
No entanto as leis, portarias ou resoluções, propositadamente ou talvez não, nunca são redigidas “preto no branco”, há sempre aquele lado cinzento que aliando ao “complicómetro” que é a mente humana auxiliada na maioria dos casos pelas explicações da Comunicação Social, resultam em situações a tocar o ridículo.
É ver reportagens no terreno com o pessoal dos restaurantes a “validarem” certificados de vacinação e outros a fazerem o trabalho que deveria ser feito por profissionais de saúde.
Porque é que complicam tanto e insistem em “Validar” certificados quando o termo validar não consta na Resolução, mas há mais, na aplicação SNS24, entre muitas funcionalidades bastante úteis, são disponibilizados certificados de vacinação (disponíveis desde a administração da 1ª dose da vacina, certificados de recuperação covid, assim como certificados de testagem. O engraçado disto tudo é o facto da grande maioria da população desconhecer a existência desta aplicação que por sinal é das mais úteis que foram criadas pelo SNS até hoje.
No que diz respeito aos testes, o auto teste na presença de um responsável de modo a validar o resultado do mesmo pode resultar num verdadeiro imbróglio. Se o resultado for negativo tudo bem mas se for positivo???. A partir do momento que dá positivo a pessoa responsável que está presente para a validação passa a estar com um contacto de risco e logo, provavelmente terá que fazer uma quarentena – Será que alguém ponderou esta situação. Há ainda o pormenor de, no caso do autoteste ser para entrada num restaurante durante o fim de semana, não haver identificação do cliente, podendo o mesmo não se preocupar em comunicar o resultado à DGS, deixando o auditor temporário em “maus lençóis”.
Enfim mais medidas fabulosas cujos resultados práticos têm tudo para ser devastadores para o turismo e restauração.