O país mais ocidental da África continental ocupa um colossal espaço no Sahel que vai desde os bosques guineenses até o fundo do Saara, contando com destinos bastante curiosos e, ao mesmo tempo, fascinantes.
Da capital Dakar, uma cidade repleta de mercados que transmite uma energia infinita até Saint-Louis com os seu porto repleto de navios coloridos e com suas galeria de estilo parisiense, enfim há muito para ver e fazer nestas duas cidades.
Nas regiões selvagens existe muito mais para surpreender qualquer viajante, desde os canais sinuosos do rio Gâmbia até às praias cintilantes da costa senegalesa encontramos imensas atrações dignas de registo. Deixamos aqui a lista dos destinos classificados como património UNESCO no Senegal cuja visita consideramos imperdível.
Ilha de Gorée (1978)
Provavelmente este é o local classificado como Património UNESCO no Senegal mais visitado, não só pela sua proximidade de Dakar, como também pela bela praia.
A Ilha de Gorée, localiza-se em frente a Dakar e é um símbolo do tráfico de escravos.
Foi, entre os séculos XV e XIX, um dos maiores centros de comércio de escravos do continente, a partir de uma feitoria fundada pelos Portugueses. Este entreposto foi, ao longo dos séculos, conquistado e administrado por Holandeses, Ingleses e Franceses.
A sua arquitetura é caracterizada pelo contraste entre as sombrias casernas dos escravos e as elegantes mansões dos seus mercadores. Goreia, classificada em 1978 como Património da Humanidade é um símbolo da exploração humana e uma escola para as gerações atuais, com grande importância para a Diáspora africana.
Santuário Nacional de Aves de Djoudj (1981)
Com estatuto de Parque Nacional desde 1971, o Santuário nacional de aves de Djoudj ou Reserva ornitológica nacional Djoudj foi reconhecido como zona húmida de importância internacional pela Convenção de Ramsar em 1980 e como Património Mundial UNESCO em 1981.
Localiza-se no delta do rio Senegal, a norte de Ross-Béthio e a nordeste de Saint-Louis e tem uma área total de 160 km ².
O Santuário Nacional de Aves de Djoudj é o habitat de uma grande quantidade de aves migratórias que atravessam o Sahara para aí passar o inverno, vindos da Europa e do Norte da Ásia.
Das aves aquáticas e palmípedes que caracterizam a região destaca-se o pelicano-vulgar (Pelecanus onocrotalus), os flamingos, a marreca-piadeira (Dendrocygna viduata); o colhereiro-branco (Platalea alba); a garça-de-dorso-verde (Butorides striatus), o papa-ratos (Ardeola ralloides), o maçarico-bastardo (Tringa glareola) e o grou-coroado (Balearica pavonina).
Parque Nacional de Niokolo-Koba (1981)
O Parque Nacional de Niokolo-Koba é um santuário de vida selvagem senegalês com uma superfície de 913.000 hectares que foi criado em 1954 e reconhecido como Património Mundial da UNESCO em 1981.
Parque Nacional de Niokolo-Koba tem cerca de 1500 espécies de plantas, 20 espécies de anfíbios, 60 espécies de peixe, 38 espécies de répteis e 80 espécies de mamíferos como: búfalos, hippotragus (uma espécie de antílope), elandes (outra espécie de antílope), elefantes, leões, leopardos, hienas, chimpanzés, hipopótamos e Kobo Defassa, além de 330 espécies de pássaros.
Ilha de Saint-Louis (2000)
Situada perto da foz do rio Senegal, 320 km ao norte de Dakar, Saint-Louis é capital da região de Saint Louis.
Saint-Louis foi a primeira povoação permanente no Senegal, porque oferecia um bom porto e estruturas defensivas.
Os ingleses tomaram posse da cidade, mas esta foi devolvida aos franceses em 1817. O governador dessa época era o Coronel Schmalz, um dos sobreviventes do naufrágio da La Méduse.
O desenvolvimento de Saint-Louis no século XIX deve-se principalmente ao General Louis Faidherbe. O general concretizou obras de larga-escala, como a Ponte Servatius, que liga a ilha aos distritos Guet-Ndar e Ndar-Toute, a Câmara Municipal, e, em 1833, inaugurou o caminho-de-ferro Saint-Louis/Dakar.
A ligação viária ao continente africano foi formalizada em 1865 com a inauguração de uma ponte de barcas (1865-1897) e em 1897 com a imponente Ponte Faidherbe.
Círculos de Pedra da Senegâmbia (2006) (sítio transfronteiriço com a Gâmbia)
Os círculos de pedras da Senegâmbia são monumentos megalíticos situados na Gâmbia e no Senegal (África ocidental), ocupando uma faixa de 100 km de largura, ao longo de cerca de 350 km do Rio Gâmbia.
São quatro grandes grupos de círculos de pedras, que representam uma extraordinária concentração de 1000 monumentos.
Os quatro grupos, designados Sine Ngayène, Wanar, Wassu e Kerbatch somam 93 círculos de pedras e incluem ainda túmulos e campas, alguns dos quais foram escavados, revelando material que sugere uma época entre o século III a.C. e o século XVI. O conjunto é uma área considerada sagrada pelos locais e foi construída ao longo de mais de 1500 anos.
As pedras são grandes colunas de laterite com cerca de dois metros de altura e um peso de sete toneladas cada, foram cortadas com instrumentos de ferro e cuidadosamente esculpidas em pilares quase idênticos de secção circular ou poligonal. Cada círculo é formado por oito a 14 pilares, dispostos num círculo com 4-6 metros de diâmetro e encontra-se localizado ao lado de um túmulo.
Os Círculos de Pedras da Senegâmbia representam uma sociedade próspera, muito organizada e que durou centenas de anos. Provavelmente, esta cultura megalítica estaria representada numa extensa região da África ocidental. O conjunto foi considerado Património Mundial pela UNESCO, em 2006.
Delta do Saloum (2011)
Situado na desembocadura do Rio Saloum que flui até o Oceano Atlântico O delta delta do Saloum cobre 180.000 hectares e estende-se por 72,5 quilômetros ao largo da costa e 35 quilômetros para o interior.
Algumas das espécies de aves que criam ninhos ou passam o inverno na área são o Thalasseus maximus, flamingo comum, Platalea leucorodia, Calidris ferruginea, Arenaria interpres e Calidris minuta. Além de ser um valioso terreno de cria para aves, o delta contem 218 montículos formados por conchas de moluscos e em 28 deles foram desenterrados vários objetos artesanais de locais funerários nas proximidades dos montículos. Estes objetos tem proporcionado um importante conhecimento sobre a história da ocupação humana na área.
País Bassari: paisagens culturais de Bassari, Fula e Bedik (2012)
O País Bassari é uma região ao sudeste do Senegal onde uma das culturas mais presentes é a Bassari, apesar de não ser a única. Além da culturaBassari também pode-se encontrar as culturas Bedik e Fula, em menor quantidade.
O território é rico em savanas e algumas montanhas, sendo uma região com excelentes condições para o trekking e para o ecoturismo
A UNESCO inscreveu País Bassari: paisagens culturais Bassari, Fula e Bedik como Patrimônio Mundial por "ser uma paisagem multicultural bem preservada que ainda possui locais culturais locais e vibrantes"